>>3543> não vamos ignorar que tambem é culpa de todos os partidos revolucionarios nessa era que não fizeram esforços para competir ou adentrar o movimento sindicalEu acredito muito que os camaradas que fizeram o movimento no campo radical, bem antes de eu e você adentrarmos, fizeram o melhor que podiam. Só olhar como o PSTU em seu auge chegou a ter mais de 400 mil votos para seu candidato a presidente lá no início do milênio, hoje isso é impensável, nem somando os votos do PCB, UP, PSTU e PCO dá um quarto disso. O Jones até analisa bem a coisa quando comenta como o PT é tóxico para os outros partidos de esquerda e como onde o PT prospera acaba por matar toda a diversidade de organizações, é só uma questão de tempo para o PCdoB cair na irrelevância por ser um dos partidos do campo democrático popular junto com o PT. Claro que não é desculpa para a inação, e fico feliz que já é meio que consenso no campo radical o papel do PT e as tentativas de combate ao governismo.
O movimento do VAT estão entrando nesse mesmo caminho do governismo, era para o VAT ser um instrumento da classe trabalhadora, uma espécie de comitê das esquerdas para centralizar e unificar as forças, porém vai acontecer a primeira plenária nacional contra a 6x1 e o VAT não está, olhe¹. É um erro tremendo, a via parlamentar é uma desgraça, o que muda as coisas é gente na rua. Não é atoa que o PSOL era o partido perfeito para o Rick, o PSOL a muito tempo se tornou um partido governista e está cada vez mais limitado as plenárias das câmaras.
>pelo que mostra o jones quer fazer merchan do PCBR usando o eleitoralismo e a pessoa publica dele, honestamente é o que ele pode fazer com o que ele temIsso é verdade, para o Jones não há outra opção a não ser se projetar enquanto um parlamentar, provavelmente o racha e a campanha de legalização do PCBR sejam parte disso. Apesar de as vezes falar algumas coisas do Jones fico um pouco receoso pois eu tive a oportunidade de dividir vários espaços ao lado dele e ele de fato acredita profundamente no que faz, apesar das críticas que tenho acerca disso.
>o PCBR ainda ta muito difuso no que fazerSim sim, só lembrando que nesse momento a maioria dos militantes são jovens e estudantes, isso acaba por limitar muito o escopo de luta. O formulário online para recrutar militante é uma desgraça, quase sempre as pessoas que respondem esses formulários são totalmente virgens de qualquer atividade política, o que diminui as taxas de um dia essa pessoa vir a militar, pois a militância além de caótica demanda tempo, músculos e nervos; além de possivelmente permitir que "espiões" se infiltrem, claro que a longo prazo qualquer tipo de "entrismo" de esquerda ou direita deve cair a zero. Eu tenho muita fé de que o PCBR vai dar certo pois a base é muito boa e ativa em todo o Brasil.
>inclusive criar quadros quando não existe em uma área, afinal precisaremos de novos gestores depois de uma revoluçãoUm dos textos que mais gostei de ler do Trotsky até o momento é o programa de transição da 4° internacional. Nele Trotsky além de atestar na 1° linha do documento o problema da esquerda mundial lá no final da década de 30, o que eu acredito ainda ser o problema da esquerda até hoje, ele ainda elabora uma estratégia para superar essa debilidade e em como construir e escalar as organizações de duplo poder da classe operária contra a o Estado burguês. Se baseando no próprio texto do programa de transição é até simples de entender a crise geral na formação de novos quadros, não é porque não tenha gente, mas sim que falta na esquerda a luta pela edificação desses instrumentos de duplo poder; é durante a edificação de assembleias de greve ou comitês permanentes de fábrica ou de local de estudo que os melhores quadros surgem. Eu vi isso acontecer durante a greve da educação federal, infelizmente em uma taxa pequena ;(. É importante os partidos terem em suas estratégias mapeamento da militância e direcionamento da mesma, mas tão importante também é ter em mente como construir esses instrumentos de duplo poder, no fundo cada comitê de luta é uma tentativa de construir um duplo poder, alguns tem níveis de avanço maiores e menores que outros. 2013 está ai para provar que é possível a esquerda levar as pessoas para as ruas, faltou apenas uma melhor canalização do ódio da população pela esquerda.
>olha o jornal AND pra cima como exemplo, foi censurado de graça pelo youtube e feijoadaSou bastante crítico a atuação na internet, sobretudo nas plataformas das big tecs, para mim o Instagram e o Youtube são como shoppings, por mais que lutemos contra a censura contra o campo radical eles acabam por ter o direito de fazer o que quiserem já que eles são os donos da lei da própria plataforma.
>quando voçe não tem nada e nem uma popularidade estabelecida pra usar isso como propaganda e igual um mosquito sem doenca, so incomoda mesmo, morre com um tapaInfelizmente é o que temos nesse momento. Eu sou bem otimista na verdade, a internet mais ajuda a nós do que o contrário. Nunca seria imaginável pensar revolucionários de esquerda terem mais de 30 minutos na rede globo por qualquer razão. Na internet além de ter vários sabores de esquerdas revolucionárias, desde os anarquistas até os maoistas, ela ainda permitiu uma facilidade de comunicação tão grande que ainda temos dificuldades para usar essa vantagem da forma mais eficiente. A direita sempre teve mídia, então na prática para eles nada mudou, apenas o discurso ficou mais escancarado. A internet na verdade, como está evoluindo, fez toda a humanidade de ratos de laboratório; nunca antes na história passamos por algo parecido e ninguém sabe onde isso vai nos levar, a burguesia financia pesquisas para saber até que nível a população mundial está disposta a mudanças e cresceu o números de pessoas que defendem ações violentas para mudar as coisas², basta a esquerda compreender como influenciar 10 ou 15%³ da população em um país para iniciar a revolução.
¹
https://www.instagram.com/p/DE5AWZjudTV/Meu partido não está entre as organizações, mas acredito que não seja por falta de vontade.
²
https://www.reuters.com/world/economic-grievances-fuel-support-hostile-actions-edelman-global-survey-shows-2025-01-19/³ Provavelmente bastaria que de 0,1% a 0,5% da população se tornassem quadros em partidos, ou de 210 mil a 1 milhão de pessoas no Brasil, para uma revolução prosperar. O partido bolchevique da Rússia czarista devia ter no máximo 25 mil quadros militantes durante a revolução de 1917, não tenho certeza mas era algo próximo a isso.